segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Antes de tudo

Quando acordei hoje, já não era mais de manhã. O ponteiro do meu relógio, leia-se celular, marcava 1:26 p.m. e o almoço estava pronto. Lembro aqui de uma das maiores vantagens em morar com alguém que saiba e goste ou sinta obrigação ou até que se sinta intimidado em cozinhar, comida não-congelada e macarrão não-instantâneo. Voltando, acordei e vesti minha calça de abrigo mais feia, minha camisa de manga comprida mais esgualepada e meu blusão mais embolado, só faltou uma meia furada mas aí lembrei que dia desses, acho que num sábado quando chovia, eu fiz uma limpa no meu guarda-roupas.

Você não é inocente, mas não é má. Achei que você era a revolução quando você era a guerra. A guerra fria, guerra santa, que não matou ninguém, mas deixou lesos, muitos lesos.

E quando as cores que circundam por aqui me fazem sorrir eu vejo que são 3 da manhã. Uma vez eu tinha medo desse horário, foi logo depois de eu ter assistido O Exorcismo de Emily Rose. Que bobagem, tudo que eu começava a mentalizar quando olhava para o rádio-relógio pouco antes das 3 era ele despertando sozinho ou coisa parecida, que bobagem, que adolescência.

Se eu uso óculos escuros quando falo contigo não é por medo de te encarar nos olhos, mas de que eles me entreguem. Talvez assim você não me pergunta por que meu olhar anda cansado e eu não precise te mentir pra não estragar a surpresa de que passei a noite passada inteira compondo canções de amor melosas que deixariam úmidas qualquer mulher da terceira idade fã de Roberto Carlos.

Amor, enxergo agora eu e você num filme. Eu sou o cara de braços tatuados, debilitado e com brinco na orelha que pede com todo o amor do mundo que você não morra comigo. Você é delicada, com um sorriso inocente e uma mente enorme, benévola, até demais, mesmo pra mim. Parecemos felizes, mas pra variar, eu destruo nosso lar.


Eu ainda morava longe de todos, ainda não tinha a noção do perigo, ainda não tinha voltado, ainda não tinha me arrependido, só aprendido.

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